Por águas turbulentas tenho andado -
Rojando-me vã pelo chão pedroso,
Vou tropeçando o coração cansado
Em mal traçado leito caudaloso.
Remanso inspirador tenho buscado,
Reconcavo tranquilo e misterioso,
Que aconchegue meu verso inacabado
E dê sossego ao peito fadigoso.
Ah! Turbulentas águas desta vida!
O que é viver sanão continuamente
Enfrentar turbilhões, redemoinhos?
Talvez (quem sabe?) só contrapartida -
Roubar da vida o que há me mais ardente,
E em troca, abandonar-se aos torvelinhos.