Tu és, solidão, doce companhia
Quando o silêncio aviva certos medos
E as sombras dançam em louca agonia
Ferindo o coração com seus segredos.
E que intensa e divina calmaria
Vem de ti, quando os pobres arremedos
De sonho, tu transformas em magia
E a vida tu enfeitas com folguedos.
Lá no fundo, eu sabia, velha amiga,
Que em teu ombro eu choraria este pranto
E em teu colo, esta dor demais antiga.
Seria da ilusão o desencanto -
Sofrida angústia que se fez fadiga
De um viver já perdido e sem encanto.