Tempo! Meu velho amigo e bom parceiro,
O que tenho a dizer-te sobre mim,
Neste tempo em que o tempo é canastreiro
E a vida, raramente, me diz sim?
Eu tinha um coração aventureiro,
A vida tinha as cores de um jardim,
Nos lábios um sorriso tão fagueiro
E uma esperança que não tinha fim!
Agora, meu amigo, estou cansada,
Nao quero mais lutar nem prosseguir...
Da vida tenho pouco, quase nada!
Então, já preparada p'ra partir,
Deixo-te, amigo, e à vida esvaziada,
E aventuro-me em busca do porvir!