Allegra é uma linda menina que adora fazer barquinhos de papel e levá-los para brincar na enxurrada.
Seus barquinhos são coloridos, grandes e pequenos e todos têm nome.
Azul é um deles. O mais inteligente, curioso e alegre de todos os barquinhos.
Certo dia, depois da chuva forte, a tarde ficou linda, com arco-íris e bichinhos de nuvem no céu.
Allegra pegou seus barquinhos e levou-os para brincar no córrego que a chuva formara bem no meio-fio de sua calçada.
Todos corriam velozes, acompanhados pelo olhar atento e feliz da menina, que sempre os alertava sobre os perigos existentes além daquela calçada.
Mas... num descuido... Azul desceu a rua pela enxurrada, dobrou a esquina e caiu no riacho da pequenina cidade.
Deslumbrado com tantas novidades, nem percebeu que o pequeno riacho o levaria para o mar.
Allegra, ao perceber o sumiço de Azul, guardou todos os barquinhos e saiu a procurá-lo.
Enquanto isso, Azul chegava ao mar, bem perto do Porto da cidadezinha.
Uma lancha que passava, espalhando água para todos os lados, deu um belo banho no barquinho explorador e quase o fez naufragar.
Passado o susto, Azul continuou sua aventura, desbravando os mares do Porto da cidadezinha.
De repente, um paredão preto surge diante de seus pequenos olhinhos, sugando-o para baixo. Era um navio cargueiro que saída do Porto, carregado de trigo, rumo a outros portos e mares.
Assustado, nadou o mais rápido que pode, afastando-se do grande ventilador.
Escapou por pouco, entretanto, não aguentava mais, estava molhado, sujo, rasgado e muito cansado.
Sentiu saudades da Allegra e lembrou-se de como era bom o quarto quentinho e seguro, pensou na alegria das brincadeiras depois da chuva, no córrego da calçada, sempre protegido pela amiga.
Suas forças estavam no fim, fechou os olhinhos sem esperança e deixou-se naufragar... Quando, de repente, uma delicada mãozinha o resgatou.
Estava salvo!